A brisa embala a tarde
em pleno furor do dia
vindo do oceano
em direção à terra.

Ônibus e homens se misturam a gases
buscando respirar o expediente bancário,
a cotação do dólar e do barril de petróleo.

(há um derramamento de óleo em Santos
que a Marinha não consegue estancar).

E a tarde já não é a tarde,
senão enorme reação química
que resulta em combustão.

(a tarde arde em cada homem
que queima dióxido de carbono
em seu motor de vísceras).

E a última brisa azul,
vinda do pacífico,
de tão pura,

e pelo oxigênio
que ameaça deixar no ar

pode contaminar a cidade inteira.