a bia, sempre
Selvagem e delicado, teu sexo paira para além dos adjetivos
quando pousa em minha mão tal um ninho em aconchego.
Depravado sexo delicado, sublime instinto de flor se abrindo
em primavera e orvalho cintilante por cima dos sonhos todos
de minha adolescência extraviada em metafísica e outros credos,
quando não sabia que a beleza faz o profano flutuar em formas
geométricas inesperadas mesmo angustiadas no banal do corpo
(se é que o corpo de fêmea torneado em beleza possa ser banal):
tua nudez respira a natureza sem alarde ante o jardim do Éden,
quando a flor de Eva (a tua mesma flor) respirava sem pecado.
Teu sexo, fêmea, mergulha em meu olhar na vertigem de sempre
lembrar um fruto escorrendo desejo infinito de instinto e mel.