Ainda era manhã e os homens começaram a beber.
No bar, os homens bebiam e a tarde seguia seu curso,
enquanto o relógio funcionava sem questionar as horas
e o porquê das coisas.
No bar, os homens não viram a noite chegar e servir
– de bandeja, a lua – enorme esfera cintilante
gritando em amarelo por Van Gogh.
No bar, os homens não viram o relógio
– que sem alarde trabalhava –
nem se ocuparam do porquê das coisas
(não viram que a beleza é lucidez em delírio).
No bar, os homens bebiam simplesmente
e a poesia se perdia em partículas do nada.