a Fátima Nancy Andrighi

Só quem viu uma lamparina acessa
pode dizer da ancestralidade da luz:

uma ancestralidade não primacial
do fogo, das fogueiras, das tochas,

mas da luz que acaricia os olhos
com a cumplicidade do flandres
moldado pelas mãos do artesão
(pelas mãos de Joaquim Aranha),

imitando a lua ao iluminar a rua
e guiar o humano na escuridão
de si mesmo e dos seus irmãos:

a lamparina diz da fragilidade
do humano diante do universo
ao beijar os olhos da esperança
acesa num frágil ponto de luz.