Este livro com a capa belíssima concebida pelo acadêmico Sebastião Moreira Duarte guarda a unidade erótica na poesia do autor. Bem pôde dizer o professor de literatura brasileira sobre esta obra: “As epígrafes escolhidas por Weliton Carvalho para anunciar sua Escandalosa Lírica já preparam o leitor para o que ele vai encontrar nas páginas deste livro. Ao escolher um filósofo — André Comte-Sponville — e um poeta — Ovídio —, ambos discorrendo sobre o amor, Weliton contrapõe duas percepções do mundo e das coisas que, desde Platão, parecem inconciliáveis, nada obstante se frequentarem e se respeitarem mutuamente. Um — o filósofo — tenta nos explicar como o amor, sendo em essência uma fraqueza dos sentimentos humanos, termina por nos dar os limites da nossa humanidade, termina por nos apartar do nosso sonho de sermos um dia tão onipotente como Deus. O outro — o poeta — sabe que a arte não pretende ensinar nem dizer (isso fica para os filósofos e os cientistas), apenas revelar”.
É, pois, – como lembra – o também professor, crítico literário e poeta, Hildeberto Barbosa – uma escrita que se utiliza de camadas de luz, leveza e silêncio sobre o erótico.